Frio e Calculista

Frio e calculista. Meu nome é Giorgio. Na verdade é assim que eu me auto-intitulo. Procuro mais que amigos ou inimigos. Procuro cores. A cor do amor, a cor da dor, a cor da morte ou a cor da sorte. Se tiver uma dessas vos perseguirei, e as roubarei de você. Mas, se não as tiver, serei apenas frio e calculista.
Markus, esse é meu segundo título. Ainda eu porém, mais forte. Procuro rostos, não corpos, procuro mentes e não sexo. Desejo apenas o seu cérebro. E se este me interessar, te perseguirei, até os confins do mundo. Já, se não “possuir um”, serei apenas, frio e calculista.
Demettri, esse é meu nome – o terceiro deles. Sou o menor de todos – aparentemente -, mais suave e sublime. Porém apenas aos seus olhos. Me modulo as suas expectativas, uma vez que você é a minha. Sempre serei o que você deseja que eu seja. Quero apenas dinheiro, não pessoas – coisas sem sentido. Portanto se for rico (a) serei seu melhor amigo, seu fiel escudeiro. E... se não possuir o que desejo, serei apenas frio e calculista.
Sem nome, nem sobrenome. Esse sou eu, realmente. Vivo preso, na pior dar prisões: meu corpo, minha consciência. Eu não possuo sentido, nem sentidos, muito menos sentimentos. Tenho apenas o escuro. Meu melhor amigo. 

*não pense que eu sou louco 

Confissões da Adolescência - Confissão I

Nós somos Alice, Paul, Lucas e Victória.
Cada um de nos tem algo a contar. Uma breve história que mudou nossas vidas, uma confissão. Não somos os mocinhos dos relatos, já lhe aviso agora.
Apenas achamos que temos algo que merece ser contado.

Confissão I – Alice Johnson

Quando tudo me aconteceu tinha apenas 17 anos, morava com minha família na cidade mais popular dos Estados Unidos. Tinha pais que me sustentavam, amigos influentes, jóias, roupas de grife e por ai vai. Uma vida de princesa... mas isso não me encantava mais. Eu queria aventura, perigos...
A idéia passou por minha cabeça no aniversário da minha melhor amiga, Cameron. Estávamos em sua casa, assistindo filme, junto com as outras meninas... O filme se chamava: “O triste fim de Russel Barker” (uma menina que sai de casa e em busca de emoção, sexo e perigo). No fim a garota morria, devido a complicações com drogas.
Todas minhas amigas acharam o filme muito pesado, e de um fim triste, mas eu não. Aquilo foi o estopim de tudo, o inicio da minha segunda vida, essa do jeito que eu queria.
Pensei em tudo durante mais ou menos duas semanas, não me lembro ao certo. Ainda estava com duvidas, mas, o destino se encarregou de me dar a confirmação final. Estava chegando de uma balada quando peguei meus pais discutindo na sala. A respeito da minha educação:
- Você sabe que temos que compreende-la Percy, seja paciente.
- Cameron, você não pode deixar o fato de Alice não ser nossa filha bioló...
Preferi nem ouvir mais... entrei pelos fundos, fui até meu quarto, arrasada, porém ao mesmo tempo mais confiante... era sábado. “Amanha tudo começa”.
E na noite de domingo eu coloquei tudo em pratica...
Era mais de meia noite quando sai do meu quarto com uma mala relativamente pequena, se comparado a tudo que queria levar. Desci com ela até o térreo, e subi as escadas até o quarto dos meus pais... Nem sequer imagine que eu pensei em escrever aquelas cartas de despedida melodramática, eu pouco me importava com aqueles dois, para mim agora não passavam de estranhos...
Fui direto ao ponto, carteira, porta jóias, cofre, etc. Desci de vagar, despedindo-me daquela casa, que nunca havia sido minha. Peguei a Lamborghini Gallardo do meu pai e sai sem rumo, parei num pequeno bar para comprar cigarros, cerveja e chocolate e segui em frente.
Parei no Central Park, mas não desci do carro pois estava escuro de mais, então pensei em ir para Meatpacking District e logo parei novamente, pois lá só se encontrava os Rich Kids de NY, e eu queria distancia daquelas pessoas... então fui para a Theatre District “a boate dos turistas”. Não era muito longe, demorei menos de 20 min. Parei um pouco longe para colocar uma roupa mais ousada, um vestido curto e básico do Alexander Mcqueen, um sapato altíssimo Louis Vuitton, meu cabelo eu apenas prendi, e aí sim fui até a frente da boate.
Na frente da Theatre District encontravam-se todos os tipos de pessoas... Americanos, Canadenses, Brasileiros, Europeus, Asiáticos... tudo o que eu queria. Entrei na boate sozinha, e sai acompanhada de um Europeu, acho que era Irlandês... Meio velho, más interessante, ele e eu fomos com meu carro até sua casa, em New Island – uma bairro de classe média.
Bebemos muito, e foi a primeira vez que aconteceu. Por fim acordei em outra casa, não me pergunte como. Na cama se encontrava um homem negro, muito musculoso, e u nua ao seu lado, e pude perceber que tinha bebido de mais ou usado drogas.
Levantei da cama e tentei sair sem acordar o cara, mas ele acordou muito violento, falando coisas que eu nem sonhava o que significava, estava enrascada.
O tal homem, me manteve presa por dias ali em seu apartamento, não estava sendo mal tratada até que uma noite ele tentou ter ralações comigo, obviamente eu recusei, e devido a isso, ele me forçou.
Foi o máximo que pude controlar a razão, esperei ele dormir, me desamarrei de umas cordas mal colocadas e o matei, com uma punhalada no pescoço. A partir daí eu era uma assassina;
Saí correndo de dentro do apartamento que ficava no térreo, o prédio não era dos melhores, isso sem falar no bairro. Anoiteceu e eu fiquei na calçada, sem carro sem roupas, sem nada, minha aventura, tinha chegado ao fim? Não, é claro.
Uma senhora de mais de 50 anos me abordou, perguntando o que eu tinha, no começo recusei o amparo, mas depois aceitei o convite de ir com ela. Parecia ser uma mulher forte, e poderosa.
- Meu nome é Madame Rosmerta – disse a senhora. Posso saber o seu?
- Meu nome é Alice. Alice Johnson...
Ela me levou até sua casa, ou melhor até seu cabaré. Onde passei a morar.
Lá ela me deu conforto e carinho, juntamente com as outras mulheres. No começo não me envolvi muito com o ambiente, preferi desfrutar das mordomias e curtir a vida livre.
E se eu sentia falta de casa, é claro que não. Aquele lugar, tão luxurioso e misterioso era-me estigante.
Com 21 anos decidi, em fim ser um prostituta de luxo, assim como as outras, ganhei muito dinheiro, mais do que imaginava que conseguiria. Comprei roupas e mais roupas, conheci pessoas, fiz novas amizades. Tudo andava como eu sempre quis, aventura, sem compromisso, perigos etc. Porém não demorou muito para tudo acabar, pois ao meus 22 anos Madame Rosmerta faleceu, deixando para mim seu estabelecimento.
O mais difícil de tudo foi perder Rosm, como eu a chamava, ela tinha virado minha mãe, eu nunca esperaria que herdaria tudo aquilo, porém isso foi fácil. Consegui crescer, e enriquecer, só que desta vez em meu mundo.
Hoje, sou dona da maioria dos Cabarés da Cidade de Nova York, algo antiquado para muito... Porém para mim, pura aventura.

Garotas estupidas



“Pai preciso cortar meu cabelo”.
“Minha pele está um lixo hoje...”.
"Oh meu Deus, uma espinha"!
Garotas estúpidas,
que se escondem por trás de mascaras cosméticas.
Seus sentimentos são guardados em frasquinhos de cristal, e no lugar,
colocam algo que nunca poderão ser...
Garotas estúpidas,
que em cima de um salto, ou com uma taça na mão,
            acham que serão melhores ou piores...
            Porém, para mim, não passam de garotas estúpidas!
E tanta estupidez apenas me comove.

*Esse poeminha besta, foi inspirado em uma música "Stupid Girl" da cantora Pink !
Imagem do filme "Patricinhas de Beverly Hills"

para 'The Square Mile'

Não a luz, mas sim suas sombras que me fascinam,
dos tão altos e antigos prédios que contam suas histórias por si só.
O som fúnebre e oblíquo das baladas do grande relógio,
ao lado de seu braço que corre, líquido e puro.
Talvez nem chegue a conhece-la - Oh querida,
e ficarei em falta comigo mesmo...
Sei que seu grande olho me vê, ainda que de longe,
Mas o maior sentimento não se adquire com tato,
e sim sem sentido nenhum, e sem, sentido algum.
Mesmo assim continuarei sonhando, e pensando é claro:
‘em meus sonhos estou contigo’

Cor e amor



Ele estava sentado, completamente imóvel, com a respiração ofegante e o suor escorrendo pelo rosto. O pensamento era divagado pelos becos e masmorras de seu coração, onde tudo parecia vácuo, morto. CINZA.
Desde a ultima vez que a vira acenando naquele navio há tanto tempo, sua vida nunca mais foi a mesma, seus amigos já não faziam sentido, sua família não possuía mais essência, nada e ninguém poderia preencher o vazio que ela deixara dentro dele, já que agora, ele sabia o triste fim de sua amada, que provavelmente naquele instante, dormia sob aquela imensidão azul; agora alaranjada. AMARELA...
Seus instintos se exaltaram, o abominável ódio tomara conta de seus membros ele se debatia se jogava ao chão, tentando se punir, culpando-se, repudiando-se. E parou. De frente pro mar...
O penhasco onde estava era alto e lá embaixo a disputa entre a água e a rocha o fazia pensar em algo, que na verdade não queria pensar. O som era convidativo, seu corpo começou a movimentar-se involuntariamente, e de olhos quase fechados ele correu o mais rápido que pode, em direção a sua intimidadora tumba de água e pedra. Os segundos finais em contato com solo foram os mais lentos da sua vida, ele pensou em sua amada, e concluiu que era certo, afinal sua vida não tinha mais sentido. Ele pode ver a ultima fresta de luz vinda do crepúsculo, a menor, porém a mais intensa de todas elas... Só que agora a cor mudara mais uma vez... cor de sangue. VERMELHO.

Saindo da caixa

– Quando sair da minha caixa com que será que me depararei? Sei que há um mar de monstros lá fora, mais será que é só isso?

– Não! Tenho que ser firme... Ora! Se for pensar assim, ficarei aqui, dentro dessa caixa pra sempre.

– Mais haverá muitas pessoas que não gostarão de mim, e farão tudo para me ver no chão...

– Isso eu encontro em qualquer lugar, às vezes até em mim mesmo. Nessa caixa.

– Porém, e o medo de fracassar? Ah sim... pode crer que ele existe sim! Tenho medo de voltar correndo com o rabinho entre as pernas como um vira-lata abandonado.

– E o que irei perder se isso acontecer? Huum... NADA! Muito pelo contrário, será mais uma experiência. Ou melhor... a primeira!

– O maior medo que tenho, é das pessoas. Afinal, posso apenas vê-las apenas por fora... Mas por dentro são totalmente inacessíveis, como um oceano abissal.

– Não tenho que ter medo das pessoas, e o que elas podem me fazer. Afinal: Qual a diferença entre um estádio lotado me difamando e outro me adorando? Nenhuma! Todas as pessoas apenas estarão apenas fazendo barulho!

– Bom pensando bem, o melhor a fazer é sair logo desta caixa... E descobrir de uma vez por todas o que o destino me guarda.

Com carinho

Ela era minha amiga. Minha confidente... Porém hoje não passa de uma suave lembrança, que vaga em meus pensamentos mais íntimos e sinceros.
Talvez o meu orgulho tosco tenha feito tudo isso, a incapacidade de pedir desculpas olhando nos olhos. Mais será que isso partiu apenas de mim? Que a intolerância e confiança foram apenas da minha parte? Creio que não...
Seu sorriso mesmo visto de longe ainda me encanta... Sua voz ainda ecoa em meus ouvidos. Suave e doce.
A inveja de quem pode estar do seu lado é involuntária; mesmo sem querer eu a sinto.... e a vontade de estar do seu lado ainda me deixara louco, porém tudo acabou.
Será que tudo é um ciclo mesmo? De onde o inicio parte do fim? Se for assim me sinto feliz. Quem sabe tudo não começará outra vez...
Se algum dia voltaremos eu não sei, mas só queria que soubesse, que mesmo sendo “aparentemente” tão frio e cruel, sempre estarei contigo. De longe, de perto. Vivo ou morto.                                                                                       

Frase do dia

"Eu não me canso, não me contendo, não admito, e não acredito. Tento buscar sempre o que está na minha frente, tento conseguir sempre o que parece ser impossível"