Nós somos Alice, Paul, Lucas e Victória.
Cada um de nos tem algo a contar. Uma breve história que mudou nossas vidas, uma confissão. Não somos os mocinhos dos relatos, já lhe aviso agora.
Apenas achamos que temos algo que merece ser contado.
Confissão I – Alice Johnson
Quando tudo me aconteceu tinha apenas 17 anos, morava com minha família na cidade mais popular dos Estados Unidos. Tinha pais que me sustentavam, amigos influentes, jóias, roupas de grife e por ai vai. Uma vida de princesa... mas isso não me encantava mais. Eu queria aventura, perigos...
A idéia passou por minha cabeça no aniversário da minha melhor amiga, Cameron. Estávamos em sua casa, assistindo filme, junto com as outras meninas... O filme se chamava: “O triste fim de Russel Barker” (uma menina que sai de casa e em busca de emoção, sexo e perigo). No fim a garota morria, devido a complicações com drogas.
Todas minhas amigas acharam o filme muito pesado, e de um fim triste, mas eu não. Aquilo foi o estopim de tudo, o inicio da minha segunda vida, essa do jeito que eu queria.
Pensei em tudo durante mais ou menos duas semanas, não me lembro ao certo. Ainda estava com duvidas, mas, o destino se encarregou de me dar a confirmação final. Estava chegando de uma balada quando peguei meus pais discutindo na sala. A respeito da minha educação:
- Você sabe que temos que compreende-la Percy, seja paciente.
- Cameron, você não pode deixar o fato de Alice não ser nossa filha bioló...
Preferi nem ouvir mais... entrei pelos fundos, fui até meu quarto, arrasada, porém ao mesmo tempo mais confiante... era sábado. “Amanha tudo começa”.
E na noite de domingo eu coloquei tudo em pratica...
Era mais de meia noite quando sai do meu quarto com uma mala relativamente pequena, se comparado a tudo que queria levar. Desci com ela até o térreo, e subi as escadas até o quarto dos meus pais... Nem sequer imagine que eu pensei em escrever aquelas cartas de despedida melodramática, eu pouco me importava com aqueles dois, para mim agora não passavam de estranhos...
Fui direto ao ponto, carteira, porta jóias, cofre, etc. Desci de vagar, despedindo-me daquela casa, que nunca havia sido minha. Peguei a Lamborghini Gallardo do meu pai e sai sem rumo, parei num pequeno bar para comprar cigarros, cerveja e chocolate e segui em frente.
Parei no Central Park, mas não desci do carro pois estava escuro de mais, então pensei em ir para Meatpacking District e logo parei novamente, pois lá só se encontrava os Rich Kids de NY, e eu queria distancia daquelas pessoas... então fui para a Theatre District “a boate dos turistas”. Não era muito longe, demorei menos de 20 min. Parei um pouco longe para colocar uma roupa mais ousada, um vestido curto e básico do Alexander Mcqueen, um sapato altíssimo Louis Vuitton, meu cabelo eu apenas prendi, e aí sim fui até a frente da boate.
Na frente da Theatre District encontravam-se todos os tipos de pessoas... Americanos, Canadenses, Brasileiros, Europeus, Asiáticos... tudo o que eu queria. Entrei na boate sozinha, e sai acompanhada de um Europeu, acho que era Irlandês... Meio velho, más interessante, ele e eu fomos com meu carro até sua casa, em New Island – uma bairro de classe média.
Bebemos muito, e foi a primeira vez que aconteceu. Por fim acordei em outra casa, não me pergunte como. Na cama se encontrava um homem negro, muito musculoso, e u nua ao seu lado, e pude perceber que tinha bebido de mais ou usado drogas.
Levantei da cama e tentei sair sem acordar o cara, mas ele acordou muito violento, falando coisas que eu nem sonhava o que significava, estava enrascada.
O tal homem, me manteve presa por dias ali em seu apartamento, não estava sendo mal tratada até que uma noite ele tentou ter ralações comigo, obviamente eu recusei, e devido a isso, ele me forçou.
Foi o máximo que pude controlar a razão, esperei ele dormir, me desamarrei de umas cordas mal colocadas e o matei, com uma punhalada no pescoço. A partir daí eu era uma assassina;
Saí correndo de dentro do apartamento que ficava no térreo, o prédio não era dos melhores, isso sem falar no bairro. Anoiteceu e eu fiquei na calçada, sem carro sem roupas, sem nada, minha aventura, tinha chegado ao fim? Não, é claro.
Uma senhora de mais de 50 anos me abordou, perguntando o que eu tinha, no começo recusei o amparo, mas depois aceitei o convite de ir com ela. Parecia ser uma mulher forte, e poderosa.
- Meu nome é Madame Rosmerta – disse a senhora. Posso saber o seu?
- Meu nome é Alice. Alice Johnson...
Ela me levou até sua casa, ou melhor até seu cabaré. Onde passei a morar.
Lá ela me deu conforto e carinho, juntamente com as outras mulheres. No começo não me envolvi muito com o ambiente, preferi desfrutar das mordomias e curtir a vida livre.
E se eu sentia falta de casa, é claro que não. Aquele lugar, tão luxurioso e misterioso era-me estigante.
Com 21 anos decidi, em fim ser um prostituta de luxo, assim como as outras, ganhei muito dinheiro, mais do que imaginava que conseguiria. Comprei roupas e mais roupas, conheci pessoas, fiz novas amizades. Tudo andava como eu sempre quis, aventura, sem compromisso, perigos etc. Porém não demorou muito para tudo acabar, pois ao meus 22 anos Madame Rosmerta faleceu, deixando para mim seu estabelecimento.
O mais difícil de tudo foi perder Rosm, como eu a chamava, ela tinha virado minha mãe, eu nunca esperaria que herdaria tudo aquilo, porém isso foi fácil. Consegui crescer, e enriquecer, só que desta vez em meu mundo.
Hoje, sou dona da maioria dos Cabarés da Cidade de Nova York, algo antiquado para muito... Porém para mim, pura aventura.